quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tudo começou assim ... e a Baixada Fluminense cresceu!


São 155 anos de história. Em 30 de abril de 1854 era inaugurada a primeira Estrada de Ferro construída no Brasil, que ligava o Porto de Mauá à região de Fragoso, no pé da Serra de Petrópolis. Ali era fundada a Baixada Fluminense, uma das regiões do estado do Rio de Janeiro mais conhecidas. Geograficamente, é uma planície que se estende paralelamente à costa, entre a Serra do Mar e o oceano. Atualmente, refere-se principalmente a antiga região da “Baixada da Guanabara”.


O desenvolvimento se deu a partir do ciclo de mineração no Brasil, no século XVIII, quando foi importante corredor de escoamento do ouro de Minas Gerais. Um pouco depois, já no século XIX, foi uma das primeiras regiões de plantio do café no país. Com a criação da estrada de ferro Dom Pedro II (atual EF Central do Brasil) foi dado outro impulso no crescimento da região. Esta estrada esvaziou as rotas tradicionais pelos rios e fez surgir novas vilas e povoados que, hoje, são as principais cidades da Baixada Fluminense. A partir do século XX, a região recebeu obras de drenagem, de forma que poderia ser habitada por mais pessoas vindas da então capital federal, a cidade do Rio de Janeiro. E foi o que aconteceu. Logo, a região sofreu um inchaço populacional, descaracterizando sua vida rural. Hoje, a Baixada Fluminense cresceu e sofre com problemas de uma metrópole, tais como: saúde, habitação e, principalmente, com a violência.


Segundo o IBGE, a Baixada Fluminense tem 3,7 milhões de habitantes divididos em 13 municípios – Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita, Japeri, Seropédica, Itaguaí, Paracambi, Magé, Guapimirim e Queimados. O PIB da região é de R$ 42 bilhões, o que representa 15,4% do PIB de todo o estado do Rio. Para se ter uma ideia da dimensão do PIB da Baixada, a cidade do Rio de Janeiro tem, em riquezas somadas, um total de 46,% do PIB do estado, ou seja, R$ 128 bilhões. Em 2007, a economia da Baixada empregou 11,2% da mão-de-obra do estado, ou seja, 411.890 pessoas. De acordo com a Federação da Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o número de empregos formais (com carteira assinada) na Baixada cresceu 35% entre 2002 e 2007 e, só no ano passado houve a criação de 19 mil postos de trabalho. As principais vocações econômicas da região são as indústrias, o comércio e, em alguns municípios, a agricultura.


Um dos motores da economia do estado do Rio está situado na Baixada. A REDUC (Refinaria de Duque de Caxias) fica na Rodovia Washington Luís, km 113,7, no distrito de Campos Elísios e é responsável pela produção de óleos básicos para lubrificantes, diesel, gasolina, GLP, nafta, querosene de aviação, parafinas, óleo combustível, aguarrás entre outros. A refinaria tem aproximadamente 13 km2 e gera cerca de 1,2 bilhões de reais por ano.


Uma das principais vias de acesso às mais importantes cidades do país corta alguns municípios da Baixada. A Via Dutra (BR-116) tem 402,2 quilômetros de extensão e o fluxo diário de veículos que passam diariamente por Paracambi, Nova Iguaçu, Queimados, Seropédica, São João de Meriti, Mesquita e Belford Roxo é de 140 mil carros. A segurança é um dos problemas da região, que conta com quatro batalhões da Polícia Militar e 18 delegacias. Em 2005, uma chacina deixou 30 pessoas mortas e ficou conhecida como “a chacina da Baixada” e foi cometida por policiais militares que supostamente forma vingar a morte de um colega por traficante dos municípios de Nova Iguaçu e Queimados. Entre as vítimas, estavam crianças, aposentados, desempregados, estudantes e funcionários públicos.


Mas nem tudo é violência na região. Hoje, a Baixada Fluminense é conhecida pelos seus novos talentos na cultura, pela forte economia e representatividade do estado e pelas belezas naturais. Umas das mais bonitas e preservadas até hoje é a Reserva Biológica do Tinguá. Além disso, existia no bairro Vila de Cava (Nova Iguaçu), segundo os historiadores, um vulcão. A região tem muitas histórias para contar. Muitos moradores se orgulham em morar na Baixada Fluminense. Dona Marta, mais conhecida como Dona Martinha, de 77 anos, é dona de uma loja de doces no município de Duque de Caxias e mora há mais de 50 anos na região. Ela afirma que, mesmo com todos os problemas, adora morar lá: “Minhas raízes são aqui e só saio daqui quando morrer. A Baixada é minha vida”.


No ano de 2000 foi instituido o dia da Baixada Fluminense e é comemorado no dia 30 de abril, data que se refere ao marco da inauguração da Estrada de Ferro. Nesta data, há sempre muitas festas e, principalmente, uma tentativa de resgate da cultura local. A Baixada Fluminense merece!



Por Carolina Perez

Um comentário:

  1. Sou filho da baixada, Secretário da Emancipação do Município de Mesquita, e fui Coordenador de todos os Conselhos Municipal, no primeiro governo (José Montes Paixão, e quero parabenizar a brilhante iniciativa em divulgar parte da história da baixada. Cuja região é rica em qualidade de vida e um dos espaços físicos mais importante do país, a história do Brasil não sobreviveria não fosse a Baixada Fluminense. Sugiro que esta pesquisa seja aprofundada cada vêz mais, até porque, salvo engano, o sucesso do Estado do Rio de Janeiro está naquela região, pena que os governantes preferem manter a confusão humana na Cidade do RJ.dificultando de todas as formas que a população da Baixada, trabalhem, se divirtam e se mantenham naquela região, vêz que, não apoiam os empresários a se estabelecerem da região. Logo, já que não há outra opção essa massa humana se acotovelam diuturnamente dentro dos trens da ferrovia, aglomeram os pontos de embarque e desenbarques terminais de õnibus e trens da Cidade do Rio de Janeiro.(Mario LEOPOLDO, Advogado, Prof. Universitário, Conselheiro da OAB/RJ Seccional, e Presidente da Comissão A OAB/RJ VAI À ESCOLA - E-mail: leopoldoprof@yahoo.com.br

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